segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Primeiro conto – Duraremos muito?

   Passava Dante e seu grupo pelas Altas Terras de Sirnena. Lugar de extensos lamaçais. Vez ou outra, se perguntavam os aventureiros como poderiam pessoas morar por ali. Aiai. Pouco sabiam sobre os reais interesses naquelas terras.
Marchando em prol da Missão Preventiva, atravessavam com dificuldade até que avistaram totens distribuídos de forma suspeita. Cada um era feito de esqueletos estranhos, de forma nenhuma parecidos com animais que fossem conhecidos. Após eles, haviam bolhas que sobrevoavam, com distância de um palmo, águas pantaneiras e pouco fedorentas. Ao máximo, Baruc, companheiro de Dante, achou estranho e alertou para que voltassem ou contornassem. Dois arqueiros os lembraram de que a única rota era aquela, já que só era possível contornar pelo mar e não dispunham de barcos. Restava desertar por medo de Sirnena ou avançar por lá mesmo, pois os mares estavam tomados por uma força estrangeira e ele tinha ordens a cumprir.
Avançar foi determinado. Claro e breve, Dante ordenou que desviassem de qualquer coisa estranha ou que se movesse. E foram. Em questão de segundos, militares viraram bailarinos ao andar pelo pântano e desviar das bolhas. Apesar dos sorrisos devido aos êxitos, era uma tarefa para quilômetros. 2 e meio, para ser exato.
O sucesso estava próximo. Restavam 30 metros livres e, mesmo cansados, energia parecia haver para mais 1000. Baruc, caminhando de forma prudente próximo a todos, reduzia o passo várias vezes para melhor observar o ambiente e, em sua última olhada, percebeu que a parte percorrida do pântano foi substituída por um abismo. Baruc já imaginava a dificuldade em voltar.
Em grande tranquilidade, o grupo avançou outros três metros. Conversando sobre os grandes copos de sorra (gênero de bebida) que a eles faziam falta. Alguns, sobre passeios pelos grandes bosques de Mhiresea com os filhos e mulheres, as brincadeiras e lanches que faziam. Eis que o pântano cria correnteza. Um desentendimento se espalha entre todos. Para o abismo ela levava. Dante, como se liderasse fileiras de homens, ordenou que todos corressem o máximo possível para a margem. A correnteza ficava mais forte, o que reduzia o passo dos homens. Baruc, feiticeiro que era, levantou uma parede de pedra e parou a água. Por poucos segundos, os homens pararam e se impressionaram com o que viram. Baruc, com muita dificuldade, gritou:
           
- DANTE!!!

Rapidamente, ele percebeu que seu companheiro não duraria muito e, com os pulmões tomados de raiva, questionou:
            
- POR QUE VOCÊS PARARAM, SEUS VERMES? MOVAM ESSES TRASEIROS PARA CÁ IMEDIATAMENTE! OU EU OS MATAREI AQUI MESMO!

O medo que tinham do líder era maior que ser levado pela correnteza depois, o que fez cada um dobrar a velocidade de corrida. Bastian, um dos que alcançou a margem rapidamente e observava o sofrimento de Baruc, que não duraria muito, e dos homens com a difícil fuga nos 18 metros, pensou e disse:

            - BARUC, NO TRÊS, COLOQUE OS HOMENS EM FILEIRA! TE VEJO MAIS TARDE!

Dante ficou surpreso. Os homens corriam o que podiam. Baruc levantou a mão fechada. Bastian tomou distância para impulso e foi. No primeiro dedo levantado de Baruc, ele deu o primeiro passo. No segundo, ele seguiu e saltou. Metros e mais metros enquanto Baruc se preparava para ter o terceiro levantado. Bastian caiu ao lado do homem que estava mais atrás no grupo. Baruc levantou o último dedo, abandonou a parede de pedra que ergueu, virou-se para trás, abriu os braços em sua máxima envergadura e os fechou batendo uma palma. O grupo na água foi rapidamente colocado em fila. Bastian levantou o homem ao seu lado e gritou:

            - AGARRE TODOS!!!

 E o arremessou. Preparados ou não, os homens foram carregados pelo voador direto a caminho da margem. No segundo seguinte, a parede se desfez e, tanto Baruc quanto Bastian foram carregados violentamente pela correnteza, ainda mais forte, até desaparecerem no horizonte encerrado pelo abismo. Os homens chegaram a margem doloridos devido às pancadas que receberam ou deram, involuntariamente, no decurso de seu trajeto. Dante, no mesmo passo que aliviado por ter muitos salvos, triste ficou por ter perdido dois de seus melhores. O caminho que o aguardava, além de desconhecido depois dos lamaçais, tornara-se assustador.

                                                                  Fim

Nova saudação!

            Várias vezes, este blog passou por uma mudança de conteúdo. O que decidi fazer então é publicar aqui alguns contos envolvendo os personagens da história que criei. A narrativa principal será trabalhada com o tempo para a construção de um livro, que também pretendo deixar livre para o acesso de todos os leitores de maneira bem organizada. Quando concluirei? Talvez 2017 ou 2018. No ano que vem, estarei também ocupado com meu TCC, o que me dará um ritmo mais lento com o livro. Além disso, desejo uma boa leitura e, se não se cansaram de aventuras, recomendo o que um amigo meu publica em [ estoriasdopampe.blogspot.com.br ].


            Nos vemos!